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Como atuar na evasão escolar

Como atuar na evasão escolar

Há 30 anos tem-se obtido vários avanços na qualidade da educação no país, porém ainda vivenciamos dois fenômenos bem preocupantes como, uma série de adolescentes jovens em situação de distorção em idade-série ou que acabam abandonando a escola antes de completar a educação básica. Para encontrar soluções para tais fenômenos é necessário que se trabalhe sobre evidências. Sabe-se que no Brasil há uma série de programas e iniciativas onde os alunos estão melhorando gradativamente o desempenho escolar, além da preocupação com os jovens de 15 à 17 anos que não estão na escola.

Realidade na educação

O Programa Nacional da Educação diz que 100% deles precisam estar estudando, porém em 2016, infelizmente, o Plano Nacional de Educação não foi cumprido como deveria, apesar de uma pesquisa recente nos mostrar que existem mais de 100 programas diferentes entre as 27 unidades da Federação Brasileira apenas se tratando de iniciativas voltadas para a educação. Pode-se concluir que o sucesso destas medidas ainda é bastante limitado.

Ao contrário de outras dimensões onde alguns estados realmente estão mais avançados que outros no quesito aprendizado, mas na questão da evasão escolar se encontram em empate tendo como principal causa a falta de intersetorialidade, que consiste em tratar não apenas uma, mas abranger e sanar todas as razões do abandono, além das causas mais comuns, como:

  • Pobreza; 
  • Gravidez na adolescência.

Se analisarmos profundamente as entrelinhas destas questões podemos perceber, por exemplo, que a pobreza também traz outras consequências como o déficit de aprendizado, a defasagem idade-série e inúmeros problemas de significado da educação, de flexibilidade, melhoria no ensino, e até mesmo promover o protagonismo dos jovens. Diante destes fatores é que podemos chegar a conclusão de que a falta de políticas mais sistêmicas que cubram estes aspectos são o pivô de grande parte da evasão escolar.

Educação no Brasil e no mundo

O estado do Espírito Santo, ao final do último mandato, iniciou a implantação de políticas sistêmicas na área da educação, porém não tiveram tempo de consolidar esta iniciativa, segundo Ricardo Paes de Barros. Muitos se perguntam se há experiências em intersetorialidade mais avançadas em outros países que podemos observar para que o Brasil possa implementar estas práticas.

A verdade é que em outros países eles trabalham tendo como foco a escola em si, ou seja, à perda da atratividade da escola tem gerado preocupação em um fenômeno mundial. Sendo assim, a Escola está tendo que se reinventar para continuar sendo competitiva com o tempo da geração jovem. A grande questão é que no Brasil além de inovar as metodologias de ensino é preciso resolver uma série de mazelas e dificuldades sociais ligadas à pobreza, violência doméstica e outros, que em alguns países mais desenvolvidos é menos prevalente.

A política pública no combate à evasão terá que ser mais sofisticada requerendo uma conexão com a saúde, assistência social, com o ministério público e conselho tutelar mais assíduos do que no resto dos países.

Leia também: Autonomia para os alunos

Reinventando a Escola

A educação está diretamente ligada motivação, dedicação e encantamento. É necessário entender que o processo para aquisição do conhecimento (ensino/aprendizado) tem tudo para ser encantador, se os envolvidos tanto alunos quanto professores estiverem de fato envolvidos no processo e cumprirem com prazer a missão de ensinar e aprender, a educação sem dúvidas terá resultados significativos na nossa sociedade.

É preciso transformar a escola em um local que promova um desenvolvimento mais amplo do ser humano, ou seja, voltar a pensar na escola como promotora de todas as habilidades que a base nacional curricular chama de competências gerais, como: tolerância, respeito, criatividade, raciocínio crítico, empatia e outras. Ser bom em matemática e língua portuguesa não traz necessariamente todos os resultados sociais e econômicos que gostaríamos. É preciso caminhar ao encontro de uma educação mais plena e integral e não apenas formar cidadãos aptos a cumprirem somente com o conteúdo requerido no ENEM ou na Prova Brasil. 

Uma característica “fantástica” do Brasil é a grande assimetria da qualidade do ensino em territórios bem próximos. Possuímos um Sistema Educacional inacreditavelmente descentralizado. Cada município e estado possui suas redes, e existe uma grande desigualdade em escolas de uma mesma rede, resultando em um grave problema onde jovens possuem oportunidades educacionais distintas dependendo da rede municipal ou estadual em que estão inseridos. Isto de fato não deveria acontecer, pois todos os jovens/crianças devem ter acesso e usufruir de escolas de uma mesma qualidade.

Conclusão

O grande escape para amenizar a evasão escolar e a desigualdade do ensino brasileiro é aproveitar a diversidade para melhorar o aprendizado dos alunos que estão em piores situações. A pergunta que fica é: porque alguns estão tendo um bom desempenho enquanto outras escolas ou redes não estão alcançando resultados similares?

Alguns estados como Espírito Santo e Ceará estão trabalhando estas questões intensamente para descobrir os municípios com um alto índice de desenvolvimento educacional para fazer com que regiões com desempenho mais fraco aprendam e copiem de uma maneira adaptativa tais estratégias/experiências e consigam melhorar. Nós temos muito no Brasil para aprender com nós mesmos, difundindo as nossas melhores práticas para somente então melhorar nossa média.

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